terça-feira, outubro 31, 2006

Estragar o Stradivarius

Violinos vindos de Cremona, lábios a saltarem como beijos, versos a afagarem as pupilas, mares que nem existem...
Estridente despertador!

segunda-feira, outubro 30, 2006

Sarcófagos & Sacrários

Esgotava os ócios em sarcófagos conversados. Estiolava os ossos em sacrários convertidos
Absurdamente!

domingo, outubro 29, 2006

Dieta d’Ambrósias

Trincava sempre uma flor após provar um gomo de lua.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Mentes à Margem

A memória das moedas é mentira para o mendigo.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Vozes Vistas

“(...) qual música, à noite, longínqua, que se apaga.”
(Konstandinos Kavafis)

terça-feira, outubro 24, 2006

Fados Verdes

Falseando a voz em falsetes, a alface afadistava falas e fábulas.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Sinais aos Esses

O simpático sol sorriu à sisuda semana.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Frustrado Freud

A memória, no seu passo distraído, entrou no labirinto das viagens e dos livros e dos amigos e das amadas e das alegrias e das amarguras e dos...
E, em seu trôpego caminhar, nunca mais encontrou a razão.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Pombos ao Homem

“Chegava infalível, postava-se exacto, agia metódico, partia feliz.”
(Alface)

domingo, outubro 15, 2006

Fados e Fortunas

Sempre adornado com amuletos, não tinha nenhum talismã que lhe garantisse tesouro ou talento.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Inflamação Pendente

Análises, biópsias, cápsulas, drageias, estetoscópio, fármacos coloridos, gotas, hipnose, infusões, jeropiga, líquidos espessos, mezinhas, nada mesmo, orações, pílulas, quinino, receitas exóticas, sais, tónicos, utopias médicas, vacinas, xaropes, zimbros... Experimentou tudo, como qualquer bom hipocondríaco.
E, no final, concluiu que a sua única doença era a gravata berrante.

terça-feira, outubro 10, 2006

Lágrimas d’Engano

Levantou o olhar das palavras e viu uma chuva tão súbita como uma gargalhada enganada.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Policial Beckettiano

A espuma do mar fugia sempre do telefone, como se o homem de negro trajado perseguisse aquelas bolhas de sal e de branco...

quarta-feira, outubro 04, 2006

Pouco Pó

“(...) o viajante passa sempre invisível, sem levantar poeira no silêncio da sua passagem.”
(Lawrence Durrell)

Sem Samovar

Um tapete longo como a estepe; um candelabro alto como a noite.