quarta-feira, novembro 26, 2008
Vian-Rimbaud
Sentado no onírico mapa celeste como se estivesse num sofá de metáforas, bebia a espuma dos dias imaginando qual seria o paladar de uma cerveja no inferno.
terça-feira, novembro 25, 2008
Surrealismo Avulso
Um botequim vestido d’azuis, um bote a navegar na folha de papel, uma vela acesa em pleno mar, uma espécie de nostalgia d’infância , um saltimbanco a actuar nas memórias vadias...
segunda-feira, novembro 24, 2008
sexta-feira, novembro 21, 2008
Catálogo de Namoros
Uma colecção de pupilas de tons claros, lábios mimados como criança feliz e uma eterna pincelada de jade e d’ouro no horizonte.
quinta-feira, novembro 20, 2008
Herdeiros de Maio
Tentavam francesar um pouco aquela tertúlia muito pouco desamericanizada com rimbauds e ferrés, mas deparavam com um muro de argumentos cheio de dylans e scorseses.
terça-feira, novembro 18, 2008
Sombras de Luar
A matreira lua sabe refugiar-se no labirinto que armadilha entre os seus quatro quartos com manhas de raposa astuta.
segunda-feira, novembro 17, 2008
sexta-feira, novembro 14, 2008
Abreviar Breviários
“Naquele tempo”, como dizem os padres na missa sem referirem o ano de 2008, “o carteiro cibernético já devia estar farto de entregar abreviaturas de beijos.” (Um cronista desse tempo)
quinta-feira, novembro 13, 2008
Cépticos & Supersticiosos
Os vendedores de palavras e os comerciantes de vento acreditam mais na murmurada memória dos seus avoengos do que em milagres vindouros dos deuses d’altar.
quarta-feira, novembro 12, 2008
Ilusão d’Óptica
Às vezes, quando parece que se atinge um nirvana, temos de enganar a nossa memória, fazendo de conta que tudo se resume a um sonho.
Longe de Beja
Cabelos d’ouro pousados na almofada de dormir, as azuis pupilas da monja sorriam fantasias em torno dos cargueiros e paquetes e veleiros que via recortados na janela fluvial das manhãs.
terça-feira, novembro 11, 2008
O Tango da Vida
Naquele aquário dançante só os pássaros de arribação é que temiam pela sua sobrevivência.
segunda-feira, novembro 10, 2008
Relógio Quebrado
Na risonha alvorada d’outono, um rio quieto no horizonte e um inquieto olhar verdejante.
quinta-feira, novembro 06, 2008
Em Louvor do Prato
Todas as conversas pareciam ignorar os votos do mundo e as paixões domésticas – já só comentavam um perfume a mar saboreado à colher.
segunda-feira, novembro 03, 2008
Argumentário Noctívago
Nunca entrara nos lençóis, jamais beijaria a almofada antes da hora do despertar operário. Alegava, num timbre escuro e rouco, que os anjos e as feiticeiras, imitando a lua, dormem sempre de dia.